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Greve nas Federais: Lula recebe reitores e diz que 'Não há razão para essa greve durar o que está durando'
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O presidente recebeu reitores de universidades e institutos federais no Palácio do Planalto. Desde abril, categorias realizam greves em diversas instituições do país.
- Por Camilla Ribeiro
- 10/06/2024 18h35 - Atualizado há 4 meses
Nesta segunda-feira (10), o presidente Lula fez apelo aos reitores de universidades e institutos federais solicitando o fim das greves.
O petista disse durante pronunciamento no Palácio do Planalto, que não há razão para uma greve durar tanto tempo e pediu flexão na negociação por parte dos servidores com o governo federal.
"Nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Quem está perdendo não é o Lula, quem está perdendo não é o reitor, quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros. E isso tem que ser levado em conta. Não é por 3%, 2%, 4% que a gente fica a vida inteira de greve. Vamos ver os outros benefícios", disse Lula aos reitores.
Diversas categorias ligadas ao ensino federal entraram em greve desde abril.
Em alguns casos, apenas os professores ou somente os técnicos estão paralisados.
Em outras instituições, professores e técnicos-administrativos fizeram adesão aos movimentos.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), registrou uma defasagem de 22,71% no salário dos professores, acumulada desde 2016.
Em seu pronunciamento nesta segunda-feira, o presidente da República apontou esforços da ministra da Gestão, Esther Dweck nas negociações com os grevistas.
Segundo o presidente, Esther colocou à disposição das categorias "um montante de recursos não recusável".
"Só quero que levem isso em conta. Porque, senão, vamos falar em universidade e institutos federais, e os alunos estão à espera de voltar à sala de aula", declarou.
Lula, que também já foi líder sindical em São Paulo, já declarou que ninguém será punido por causa da greve.
O presidente foi eleito para o terceiro mandato com discurso de valorização do ensino público.
O petista disse que "a greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar".
"A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. Se ela terminar, as pessoas ficam desmoralizadas. O dirigente sindical tem que ter coragem de propor, tem que ter coragem de negociar, mas ele tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada que ele apregoou", completou o presidente.
'Todos precisam ajudar', disse o ministro da Educação
Camilo Santana, ministro da Educação, defendeu o fim da greve e fez críticas a paralisação por entender que este é um ato que se adota "quando não há mais diálogo, mais condições de debater ou discutir", o que não é o caso com o atual governo federal.
"Acho que todos precisam ajudar para a gente sair deste impasse. Mais importante é a retomada das aulas para os nossos alunos", frisou.
O ministro citou que em 2023 houve reajuste de 9% aos servidores federais e que não é possível recompor as perdas de gestões anteriores em pouco tempo.
"Não podemos recompor todo processo histórico de anos em curto espaço de tempo. Há esforço enorme do governo federal, para deixar claro, e lembrar que a negociação terá impacto mais de R$ 10 bilhões", disse.
Reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), Márcia Abrahão, destacou que os salários de professores e servidores estão "defasados" e disse esperar um acordo entre governo e sindicatos nesta semana.
"São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [Lula] bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente. Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo. Esperamos que essa semana governo e sindicatos cheguem a situação negociada, pacificando a situação", disse Márcia.